29 de jun. de 2010

Estudos Literários Vol. II: Florença

Continuação do post de ontem. :*

Florença


Florença é uma cidade fundada durante o Império Romano. O exército romano invade uma pequena cidade chamada Frézole no centro norte da Itália, fazendo-a se tornar uma cidade romana, que acaba crescendo muito. Mas quando o império acaba, Florença entra em decadência, mas não morre. Passado o grande período ela se torna uma cidade mercantil, e, sendo a beira do rio, desenvolve uma feira dominical.
Assim, há um mercado que se desenvolve na cidade de Florença, e quando chegava o inverno, eles se dedicavam a lã, que era produzida dentro das casas. O que acontecia, então, é que nessa feira dominical, as pessoas vendiam, entre outras coisas, tecidos. Surge uma otimização da economia da lã. Com os navios florentinos, acabam surgindo mercados com produtos da lã em outras cidades. Pela primeira vez na história, monta-se um esquema de produção em que trabalhadores especializados em algo são contratados. É assim que começam a surgir os primeiros profissionais, trabalhadores que ganham dinheiro para exercer uma certa atividade. Isso tem como efeito uma eficiência econômica muito grande, de modo que Florença é capaz de absorver cidades com sua produção de lã.
Sendo uma cidade mercantil, Florença acaba desenvolvendo o banco, o que faz com que alguns banqueiros florentinos abram agencias de seus bancos em várias capitais européias. Uma série de coisas são os florentinos que inventam, inclusive a moeda interna, o florem. Desse modo, Florença desenvolve muitas práticas capitalistas, virando uma próspera cidade burguesa, capitalista e mercantil. O que acaba ocorrendo é o desaparecimento da nobreza florentina, pois os nobres não têm escolha a não ser se dedicar também ao comércio, que é uma atividade vil. Torna-se então a primeira cidade em que a burguesia é a classe dominante. Até existiam pessoas com títulos de nobreza, mas estes não serviam para nada.
Gradativamente, surgem famílias muito ricas e poderosas, e que acabam se tornando muitas da cidade. Quando Florença vai crescendo e se espalhando, surgem os chamados “quartieiri”, que são pequenos “bairros”, cada um comandado por sua família dominante. Assim sendo, quem dominaria todo esse conjunto de quartieiris que era Florença? Primeiro, teria de haver uma eleição. Depois, teria de ser alguém que fosse reconhecido por todas as famílias como responsável para tomar conta de toda a cidade. Portando, Florença seria uma democracia. Era uma cidade com um grande número de famílias poderosas, onde nenhuma delas poderia ter o poder. Porém, alguma dessas famílias vai ter um de seus membros no poder, em algum cargo. Votariam todos os homens livres, sendo uns trinta. Estes nomeiam cinco, que por sua vez nomeiam cinqüenta, e assim vai, até que finalmente “surge” um eleito.
Isto tudo condena Florença a ser uma cidade sem exército, pois com ele existiriam muitas guerras entre estas famílias. O que acontece então é que a discussão entre ter ou não ter exército se torna intensa. A solução encontrada foi: surge e atravessa aquele período um sentimento crescente de civismo. De dedicação a cidade. Uma família se destaca em particular, a família Médici, que era dona da maior casa bancária de Florença.
Enquanto isso, a Igreja Católica estava uma bagunça, transferindo sua sede de volta para a cidade de Roma. Assim, a Igreja acaba ficando com dois Papas, um em Roma e o outro em sua outra sede. Acabam arrumando um esquema para resolver esse problema, elegendo um terceiro Papa em Florença. Esse era o Papa João XXIII. Porem os outros dois não renunciaram e derrubaram este terceiro.
Houve um entrosamento entre os filósofos gregos e a elite florentina. Esses gregos eram neoplatônicos. E de repente, os burgueses florentinos viram que em Atenas os cidadãos consideravam a cidade mais importante do que eles mesmos, o que fez com que os florentinos pagassem os filósofos gregos para que eles ficassem em Florença e ensinassem gregos aos mais jovens, além de traduzir textos do grego para o italiano. O que acaba surgindo em Florença é chamado cidadania neoplatônica, onde acabam sendo formados grandes intelectuais. Assim, Atenas começa a renascer em Florença.
Como já disse, Florença estava proibida de ter exército. Dado o fato de que a cidade ficava desprotegida, essa tensão se manifestava no Espírito Cívico Florentino, ou seja, se a cidade precisasse de seus cidadãos para protegê-la, eles estavam a disposição. Assim, em Florença, a maior qualidade de seus cidadãos era se dispor a ajudar sua cidade.
A noção de alma deixa de ser filosófica e passa a ser religiosa. A alma passa a ser um dado que “sempre existiu”, desde que Deus criou o homem. Florença começou a ficar mais e mais parecida com Atenas, inconscientemente. Predomina-se na cidade a filosofia Platônica, de modo que Atenas renasce em Florença, daí o termo Renascimento. Porém, o conceito Renascimento só nasce no século XIX, e a época não tinha nome até então. O movimento que havia entre eles era chamado de “Humanista”, que se dedicava a estudar a Antiguidade, usando cadernos que eles mesmos copiavam.
A Academia Neoplatônica foi fundada pela já mencionada família Médici, onde intelectuais iam cultivar as práticas humanistas, de modo que o modo como as pessoas se comportavam na cidade era baseado nos estudos humanistas. As obras, as peças, ficavam dispersas por toda a Europa, impossibilitando a criação de uma biblioteca. Assim, começaram a viajar para copiá-las e trazê-las para Florença.

28 de jun. de 2010

Estudos Literários Vol. I: O Renascimento

Este não é um post comum. É um estudo para minha prova de Estudos Literários na quinta feira. Às poucas pessoas que leem meu blog (embora esses dias eu tenha descoberto que seja um pouquiiinho mais do que eu imaginava) não se sintam na obrigação de lê-lo ou comentar. A não ser que você queria adquirir um pouco mais de cultura. Beijos :*

Renascimento

Ninguém sabe ao certo sobre quando e como começou o Renascimento. Este teria sido um período da cultura ocidental onde haveria acontecido um longo processo de construção da visão burguesa do mundo e da vida. Foi ele quem colocou o pensamento católico, que antes era hegemonia, de lado. Antes a Igreja Católica era quem mantinha e produzia essa visão do mundo e da vida, sendo que na cultura Medieval não havia nada que não fosse entendido. Para tudo havia uma ética. Esse período medieval, que substituiu a cultura clássica, pode ser considerado um dos mais ricos da história.
No Renascimento, a burguesia acabou constituindo uma revolução cultural, com um novo acervo cultural que explicará as coisas de seu próprio modo, substituindo a antiga visão medieval, que se baseava em ciências “falsas” e tinha conclusões muito vagas. Foi um período de alguns séculos, que teve inicio quando surgiu a primeira obra que não se encaixava nos padrões medievais. Na época, nada era publicado, tudo se copiava a mão. Essa obra era “A Divina Comédia”, de Dante (1320).
“A Divina Comédia” ainda tem elementos da vida medieval e Dante organiza as coisas de um ponto de vista inaceitável nessa cultura. O livro narra a viagem de um homem vivo ao céu, ao purgatório e ao inferno. Assim, o autor se encontra na posição de um julgador, decidindo quem foi para o céu e quem acaba no inferno, fazendo uma dessacralização do além, que seria uma construção terrena, da Terra. Mas Dante não foi o primeiro. Há outros autores com obras sem traços medievais que surgiram antes dele, como São Francisco de Assis.
Também não se sabe ao certo quando este período da história acaba. Há quem diz que foi em 1517, quando Lutério iniciou o regime Protestante. Outros preferem dilatar mais o período, dizendo que ele acabou com o Concilio de Trento (que se encerra em 1585), iniciando o período Barroco. Também é sugerido que o Renascimento morre quando a Igreja Católica se prova inimiga da ciência, ao processar Galileu Galilei. Segundo esta ultima teoria, o Renascimento teria durado cerca de 300 anos.
Mas o que seria uma visão burguesa? O burguês é individuo. Ele não abre mão de ter uma visão pessoal das coisas. Também é anti-social e não confunde seus interesses individuais com seus interesses públicos. Ele é quem constrói a visão de que o homem habita a historia. Nasce a dupla moral, ou seja, as pessoas que agem diferente na política e na família.
O Império Romano acabou. Roma havia sido abandonada. Todos acabam se mudando para uma pequena cidade chamada Ravena, onde havia apenas umas 300 pessoas. Não existe mais o Estado, mas existem as noções deixadas por ele, como o Direito Romano. Terminado o Império, a estrutura romana se instala gradativamente por toda a Europa.
Em todos os lugares do Império havia uma presença forte do exército. Estes acabam se transformando na força de poder local e oferecendo, depois da queda, proteção militar aos camponeses em troca de sua subjetividade a eles. Isso acaba se transformando mais tarde na chamada estrutura feudal. As vias de comunicação são abandonadas, fazendo com que cada comunidade seja voltada pra dentro de si, vivendo de auto-suficiência.

26 de jun. de 2010

Rótulos: a repercussão.

Você, pessoa egocêntrica que me lê, por favor não ache que eu fiz aquele ultimo post com alguma intenção de ofendê-lo. Eu o fiz generalizando. Se a carapuça serviu, a culpa não é minha, não é verdade?

Só pra deixra uma coisa bem clara: eu não falo mal de ninguém pros meus amigos da faculdade (coitados, se meteram sem saber em uma enrascada dessas) nem pro Bigu, Caio e o caramba a quatro e MUITO MENOS fico telefonando pro Victor, que é meu melhor amigo há cinco anos, pra aconselhá-lo a parar de andar com certas pessoas.

Victor, desculpa ter citado seu nome nesse post deprimente.
E é quando a gente pára de correr atrás que a gente vê quem se importa, pessoal.

Baixem "Material Girl". Série fabulosa de seis episódios so far.

Bye, bitches.

4 de jun. de 2010

Rótulos


Semana passada duas coisas me fizeram pensar: O que te faz um "emo", um "indie", ou qualquer coisinha do tipo? Sexta feira Nikolas me ligou antes da gente ir ARRASAR (XD) no Kitnet falando que tava sei lá aonde com um monte de emos coloridos em volta. E depois, no dia seguinte, eu sai com Bigu, Caio, Pedrinho e Fernando e um deles me disse "Indie não mais existe, o que existe agora são pessoas pseudo-indies que se acham superior por ouvirem músicas 'alternativas'".
E eu concordei. O que te faz diferente? As músicas que você ouve? Eu ouço de tudo. Eu ouço Britney Spears, Linkin Park, Ke$ha, Gaga, até sertanejo se precisar eu ouço. Eu não gosto de pagode, mas eu não acho as pessoas que gostam "inferiores". Isso não seria preconceito? ._. Você não ouvir Britney Spears, mas ouvir uma música com exatemente o mesmo ritmo, só que ao invés de uma gostosa na posição de cantor estar um cara "diferente" e homossexual, te faz uma pessoa melhor? Sei lá, eu era assim. Há três anos atrás. Não extamente assim, mas eu achava que algumas pessoas poderiam ser inferiores se ouvissem algum tipo de música que eu não gostasse ou se vestissem de algum jeito diferente.
Mas hoje eu vejo que conheci tantas pessoas e fiz tantos amigos nesses últimos tempos que eu nem me importo mais. Eu não mais me importo se eles frequentam lugares diferentes, se eles vão em rodeio ou nao (se a Gaga tocasse em algum rodeio vocês também não iriam? :O), se eles ouvem pagode, sertanejo, reggae, etc etc. Eu tenho todo o direito de gostar ou não gostar das coisas que meus amigos gostam, mas eu simplesmente não julgo. Simples. Conselho: Parem de rotular e julgar as pessoas por seus gostos ao invés de suas ações que vocês poderão conhecer pessoas incríveis e fazer lots of amizades legais =)
Ok, essa parte do post foi simplesmente porque eu desejei desabafar sobre isso. XD sorry.

Ai tenho que ir me arrumar pra ir na casa do Bigu, entao só umas dicas: Baixem as séries "Eureka" (se você gosta de The Big Bang Theory) e "How I Met Your Mother" (se você gosta de Friends) :)

BEGOS